Sem revelações significativas do enredo. “Ao vencedor, as batatas”, tal é a frase que Pedro Rubião repete do início ao fim de Quincas Borba , de Machado de Assis. Trata-se de um enunciado proferido inicialmente pelo filósofo do título, numa tentativa de explicar ao referido Rubião sua doutrina, denominada por ele Humanitas. Assim, a situação hipotética de um campo de batatas e duas tribos famintas é evocada. Quincas Borba, então, propõe: Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. [...] Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas. (ASSIS, M. “Quincas Borba”. Sedregra, Rio de ...
Recentemente, um pessoal da UnB fez um ensaio fotográfico com pessoas negras segurando placas com frases racistas que já ouviram ao longo de suas vidas. Uma proposta bem interessante, importante para expor o racismo velado (ou por vezes até explícito) que está por trás de certas falas. O ensaio ganhou bastante repercussão, chegando até mesmo a aparecer no site Catraca Livre (e outros que não me lembro de cabeça). A repercussão foi tanta que um grupo de racistas (ou talvez tenha sido somente uma pessoa) criou um blog com as fotos com frases modificadas, em tom zombeteiro e claramente racista. Não disponibilizo o link porque nem sei se o site ainda está no ar. Na verdade, não tenho o menor interesse em procurar e gerar visualizações para essas pessoas (ou pessoa). Há alguns dias, a página Humaniza Redes, no facebook, reproduziu esse ensaio. O que me impressionou – e me le...